Em 29 de abril de 1985, o Brasil lançava um disco com gosto de saudade: o álbum “Elis”, trabalho póstumo da cantora que foi — e ainda é — considerada uma das maiores intérpretes da história da música brasileira: Elis Regina. Ela havia partido em janeiro daquele mesmo ano, mas sua voz seguiu viva, cortando o tempo como uma navalha suave.
O disco trouxe gravações inéditas e emocionantes como "Aprendendo a Jogar", "Altos e Baixos" e "Me Deixas Louca", além de uma intensidade vocal que só Elis sabia entregar. Não foi apenas uma despedida — foi um grito delicado de permanência.
Conhecida como “Pimentinha” por sua personalidade forte e presença de palco avassaladora, Elis não apenas cantava: ela interpretava com a alma, com os olhos, com os gestos. Foi voz de protesto durante a ditadura, reveladora de novos compositores como Belchior, Milton Nascimento, Fagner, Renato Teixeira e tantos outros. Foi também ponte entre o samba, o jazz, a MPB e a rebeldia melódica do Brasil.
Neste dia, lembramos que há álbuns que marcam época, mas há vozes que marcam gerações inteiras. E Elis... continua cantando dentro de nós.