Offline
Código do Passado
Belchior: O homem que desapareceu pra viver… e morreu pra permanecer eterno
30 de abril marca 8 anos da morte de um dos maiores poetas da música brasileira
Por Juliano Historiador
Publicado em 26/04/2025 23:10 • Atualizado 29/04/2025 15:22
Música
E por aqui, na Rádio Código do Passado, ele continua vivo. Porque quem canta verdades como Belchior... não morre nunca.

Nesta terça-feira, 30 de abril, completam-se 8 anos desde a morte de Antônio Carlos Belchior, o cantor, poeta e filósofo cearense que desafiou os rótulos e atravessou o tempo como um dos nomes mais enigmáticos da música popular brasileira. Belchior faleceu em 2017, aos 70 anos, na cidade de Santa Cruz do Sul (RS), após um infarto fulminante, deixando para trás muito mais do que canções: deixou um legado de inquietação, profundidade e resistência.

Mas sua história vai muito além das músicas eternizadas como "Como Nossos Pais", "Apenas um Rapaz Latino-Americano" ou "Divina Comédia Humana". Belchior também ficou conhecido pelo seu “sumiço” no início dos anos 2000, quando simplesmente desapareceu da vida pública, abandonando contratos, compromissos e até familiares — tudo isso para viver em silêncio, longe da fama, atravessando fronteiras, pensões, refúgios e reflexões. Por anos, não se sabia ao certo onde ele estava. Era o cantor que havia partido... mas sem se despedir.

Belchior viveu como cantava: em ruptura. Negou o lugar comum. Falou de política sem medo, de amor sem pieguice, e da juventude com melancolia revolucionária. Seu bigode virou símbolo, mas sua palavra foi espada. Num Brasil em transformação, ele foi cronista, crítico e companheiro de uma geração que queria ser mais do que os pais e menos do que o sistema.

 

Ao morrer, Belchior não nos deixou órfãos — ele nos deixou em busca. Dele, do sentido, da poesia que às vezes a vida perde, e que ele nos ensinou a reencontrar em cada estrofe.

 

Comentários

Chat Online